Artigo Científico

INOVAÇÕES NO CONTROLE DE PARASITOSES: ABORDAGENS INTEGRADAS EM SAÚDE PÚBLICA Volume 5. Número 1. 2025 e-ISSN 2764-4006 DOI 1055703 
INOVAÇÕES NO CONTROLE DE PARASITOSES: ABORDAGENS INTEGRADAS EM SAÚDE PÚBLICA

Innovations in the Control of Parasitic Diseases: Integrated Approaches in Public Health

Clarice Vitória Soeiro Carreira1, Cristiane da Conceição2

 


Endereço correspondente: claricevit059@gmail.com

Publicação: 25/06/2025

DOI: 10.55703/27644006050118

Download PDF – Português

Download PDF – English

RESUMO

Objetivo: Investigar os principais avanços terapêuticos no tratamento das doenças neurológicas, com ênfase em intervenções farmacológicas, genéticas, tecnológicas e não farmacológicas publicadas na última década.
Método: Revisão integrativa com metanálise descritiva, conduzida entre março e junho de 2025, nas bases PubMed, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, BMC Neurology, JAMA Neurology, Nature Reviews Neurology, The Lancet Neurology, SciELO e Google Scholar. Foram incluídos 40 artigos publicados entre 2015 e 2025, exclusivamente em inglês, com foco em tratamentos aplicados a doenças neurológicas. Os dados foram extraídos, organizados e analisados de forma crítica e interpretativa.
Resultados: A análise evidenciou avanços significativos nas terapias de Alzheimer, AVC, Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia e neuropatias. Destacaram-se terapias farmacológicas de nova geração, anticorpos monoclonais, oligonucleotídeos antissenso, estimulação cerebral profunda, realidade virtual, ultrassom focalizado, musicoterapia e reabilitação funcional.
Conclusão: Os dados sugerem uma transformação no cuidado neurológico, com forte tendência à personalização, integração tecnológica e medicina baseada em evidências. Apesar dos avanços, persistem desafios de acessibilidade e validação clínica em larga escala.

Palavras-chave: Doenças Neurológicas; Tratamento; Inovação Terapêutica; Tecnologias em Saúde; Neurociências.

ABSTRACT

Objective: To investigate the main therapeutic advances in the treatment of neurological diseases, with an emphasis on pharmacological, genetic, technological, and non-pharmacological interventions published in the last decade.
Method: Integrative review with descriptive meta-analysis, conducted between March and June 2025, using PubMed, Scopus, Web of Science, ScienceDirect, BMC Neurology, JAMA Neurology, Nature Reviews Neurology, The Lancet Neurology, SciELO, and Google Scholar. Forty studies published between 2015 and 2025, in English, focused on therapeutic approaches to neurological diseases were included. Data were extracted, synthesized, and analyzed critically and interpretively.
Results: The analysis revealed significant advances in the treatment of Alzheimer’s disease, stroke, Parkinson’s disease, multiple sclerosis, epilepsy, and neuropathies. Highlights included next-generation drugs, monoclonal antibodies, antisense oligonucleotides, deep brain stimulation, virtual reality, focused ultrasound, music therapy, and functional rehabilitation.
Conclusion: The data suggest a shift in neurological care toward personalized, integrated, and evidence-based medicine. Despite promising innovations, challenges remain in terms of accessibility and large-scale clinical validation.

Keywords: Neurological Disorders; Treatment; Therapeutic Innovation; Health Technology; Neuroscience.

INTRODUÇÃO

As doenças neurológicas representam uma das principais causas de morbidade, incapacidade e mortalidade no mundo contemporâneo. Estima-se que distúrbios como acidente vascular cerebral (AVC), doença de Alzheimer, esclerose múltipla (EM), doença de Parkinson e neuropatias periféricas afetem milhões de pessoas, com impacto crescente em função do envelhecimento populacional global [4,20,21]. Além da carga clínica, essas condições impõem elevado ônus social, econômico e emocional, exigindo respostas terapêuticas cada vez mais eficazes e personalizadas [14,24].

Nas últimas décadas, avanços significativos vêm sendo alcançados na compreensão dos mecanismos fisiopatológicos dessas doenças, impulsionando o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. No caso da esclerose múltipla, por exemplo, as terapias modificadoras da doença evoluíram de fármacos inespecíficos para agentes altamente seletivos, como o ocrelizumabe e o siponimode, que demonstraram expressiva redução na progressão da incapacidade neurológica [3,4]. Da mesma forma, a abordagem da doença de Parkinson expandiu-se além da reposição dopaminérgica, incorporando modalidades como estimulação cerebral profunda e exercícios físicos de caráter neuroprotetor [5,6].

O tratamento da doença de Alzheimer, historicamente limitado a terapias sintomáticas, passou a incorporar novas frentes de investigação com foco em anticorpos monoclonais, moduladores da proteína tau e uso de biomarcadores sanguíneos como o neurofilamento de cadeia leve (NfL) e tau fosforilada, capazes de detectar alterações neuropatológicas em estágios iniciais [11,16,19]. Ensaios clínicos recentes vêm explorando ainda a eficácia de intervenções combinadas, como fármacos + estimulação cognitiva, com resultados animadores [17,20].

No campo da reabilitação pós-AVC, terapias baseadas em realidade virtual, estimulação vibrotátil, musicoterapia e ultrassom focalizado emergem como estratégias complementares à fisioterapia convencional, com efeitos positivos sobre a plasticidade cerebral e recuperação funcional [23,28–31,40]. Ademais, avanços na neuromodulação, como a estimulação do nervo vago (VNS), têm demonstrado benefícios clínicos em epilepsia refratária e outras condições neurológicas [9,39].

Destacam-se ainda terapias celulares com células-tronco neurais e intervenções genéticas, como os oligonucleotídeos antissenso (ASOs), que despontam como promissoras em doenças como esclerose lateral amiotrófica (ELA) e atrofia muscular espinhal (AME) [7,8,36]. A epigenética também ganha relevância como abordagem terapêutica, particularmente em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e EM [12,37].

Diante desse cenário dinâmico e multidimensional, torna-se fundamental sistematizar as evidências científicas disponíveis para compreender o panorama atual dos tratamentos neurológicos. Assim, este estudo tem como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura com metanálise descritiva, investigando os avanços recentes nas abordagens terapêuticas das doenças neurológicas, com ênfase em intervenções farmacológicas, genéticas, tecnológicas e não farmacológicas.

METODOLOGIA

Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa da literatura com metanálise descritiva, cujo objetivo foi identificar, reunir e analisar criticamente as evidências científicas publicadas nos últimos dez anos sobre os avanços terapêuticos no tratamento das doenças neurológicas. A revisão integrativa é um método consolidado que permite a inclusão de diferentes desenhos metodológicos, possibilitando uma síntese ampla do conhecimento disponível e a identificação de lacunas para futuras pesquisas. Para garantir rigor e abrangência, foram utilizados protocolos sistemáticos de busca, seleção, extração e análise dos dados.

A coleta dos estudos foi realizada entre março e junho de 2025, utilizando-se as seguintes bases de dados eletrônicas: PubMed/MEDLINE, Scopus, Web of Science, ScienceDirect (Elsevier), BMC Neurology, Nature Reviews Neurology, JAMA Neurology, The Lancet Neurology, SciELO e Google Scholar. Estas bases foram selecionadas por sua relevância, atualização constante e abrangência internacional na área da saúde e neurociências. A estratégia de busca foi elaborada com base em descritores controlados do DeCS/MeSH, combinados por operadores booleanos (AND, OR), incluindo os termos: “Neurological Disorders”, “Neurologic Diseases”, “Neurology”, “Treatment”, “Therapy”, “Advances”, “Innovation”, “Alzheimer Disease”, “Parkinson Disease”, “Multiple Sclerosis”, “Stroke”, “Epilepsy” e “Neuropathy”.

Foram incluídos estudos publicados entre janeiro de 2015 e junho de 2025, exclusivamente no idioma inglês, que abordassem intervenções terapêuticas farmacológicas, genéticas, tecnológicas ou não farmacológicas aplicadas a doenças neurológicas. Foram considerados elegíveis artigos originais, ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas, meta-análises e diretrizes clínicas que apresentassem resultados quantitativos ou qualitativos relevantes. Excluíram-se estudos duplicados, artigos sem acesso ao texto completo, publicações em formato de resumo, dissertações, teses, editoriais, cartas ao editor, bem como trabalhos cujo foco se restringia a aspectos diagnósticos ou fisiopatológicos sem discutir estratégias de tratamento.

O processo de seleção foi conduzido de forma independente por dois pesquisadores, que inicialmente avaliaram os títulos e resumos, seguindo-se da leitura integral dos textos potencialmente elegíveis. Em caso de divergência, um terceiro avaliador foi consultado para decisão consensual. A extração dos dados foi realizada com o auxílio de um instrumento padronizado, que incluiu as seguintes variáveis: título do estudo, ano de publicação, país de origem, tipo de estudo, amostra, tipo de intervenção, principais desfechos e conclusões.

Por fim, os dados foram organizados em uma matriz de síntese categórica e tabular, sendo posteriormente analisados de forma descritiva e interpretativa, com o intuito de identificar padrões, recorrências e inovações nas abordagens terapêuticas. A apresentação dos resultados está estruturada por grupos de doenças neurológicas, respeitando a diversidade dos modelos terapêuticos encontrados e o nível de evidência de cada estudo.

RESULTADOS

A presente revisão integrativa incluiu 40 estudos publicados entre 2015 e 2025, provenientes majoritariamente de periódicos de alto fator de impacto, como The Lancet Neurology, Nature Reviews Neurology, JAMA Neurology, Neurology e Science. Os artigos abrangeram diferentes categorias de doenças neurológicas, com predominância de estudos sobre doença de Alzheimer (n=9), acidente vascular cerebral (n=11), esclerose múltipla (n=4), doença de Parkinson (n=4), epilepsia (n=3), neuropatias (n=6) e outras condições neurológicas específicas como crises psicogênicas não epilépticas e dor pós-AVC (n=3).

As abordagens terapêuticas identificadas foram classificadas em quatro grandes grupos: farmacológicas (n=17), genéticas e epigenéticas (n=6), tecnológicas (n=10) e não farmacológicas (n=7). No campo farmacológico, destacam-se os avanços na terapêutica modificadora da doença de Alzheimer, como os anticorpos monoclonais (ex: aducanumabe, lecanemabe), além da atualização nas diretrizes de tratamento para dor neuropática e esclerose múltipla [1–4,13,16–17]. As terapias genéticas e epigenéticas têm progredido de forma significativa, especialmente com o uso de oligonucleotídeos antissenso no tratamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA) e atrofia muscular espinhal (AME), e com novas propostas de modulação epigenética em doenças neurodegenerativas [8,12,36–37].

As abordagens tecnológicas incluíram, principalmente, modalidades de neuromodulação não invasiva (como a estimulação do nervo vago), realidade virtual aplicada à reabilitação, dispositivos vestíveis, ultrassom focalizado e uso de hidrogéis para liberação intracraniana de fármacos [9,10,27–31,40]. Já as estratégias não farmacológicas compreenderam intervenções baseadas em exercício físico, musicoterapia, psicoterapia e reabilitação interdisciplinar, com destaque para a melhora funcional e cognitiva de pacientes com AVC, Parkinson e crises não epilépticas [6,14,15,23,31].

A Tabela 1, a seguir, apresenta a síntese dos principais dados extraídos dos estudos selecionados, incluindo tipo de estudo, população-alvo, foco terapêutico e principais resultados.

Tabela 1 – Síntese dos Estudos Incluídos na Revisão Integrativa (n=40)

Autor (Ano) Doença Principal Tipo de Estudo Abordagem Terapêutica Principais Resultados
1 Finnerup et al. (2015) Dor neuropática Revisão sistemática Farmacológica Gabapentinoides e TCAs eficazes em dor crônica refratária
4 Wallin et al. (2023) Esclerose múltipla Estudo epidemiológico Farmacológica Carga global crescente da EM e desafios no acesso a terapias
6 Ahlskog (2025) Parkinson Revisão narrativa Não farmacológica Exercício físico melhora função motora e neuroplasticidade
9 Heck et al. (2025) Epilepsia Meta-análise Tecnológica Estimulação do nervo vago reduz crises em até 50% dos casos
10 Meng et al. (2023) Diversas Revisão translacional Tecnológica Ultrassom focalizado atravessa BHE com segurança
16 Cummings et al. (2025) Alzheimer Revisão de pipeline Farmacológica Anticorpos monoclonais e biomarcadores em fase avançada
18 Tariot et al. (2016) Alzheimer Ensaio clínico Farmacológica Memantina melhora cognição em fases leves a moderadas
23 Winstein et al. (2023) AVC Diretriz clínica Não farmacológica Reabilitação precoce intensiva favorece desfechos funcionais
27 Wang et al. (2025) AVC Estudo pré-clínico Tecnológica Hidrogéis otimizam liberação intracerebral de compostos
31 Scholz et al. (2020) Neurológicas diversas Estudo de coorte Não farmacológica Musicoterapia com biofeedback melhora desempenho e humor

Nota: A tabela completa com os 40 estudos está disponível na versão estendida do artigo.

Os dados revelam uma tendência crescente de integração entre terapias convencionais e tecnologias emergentes, indicando uma mudança de paradigma no manejo das doenças neurológicas. Intervenções multidisciplinares, o uso de inteligência artificial, medicina personalizada e terapias avançadas com base molecular e genética consolidam-se como as principais apostas da neurologia moderna.

DISCUSSÃO

Os resultados desta revisão integrativa evidenciam um cenário de intensa transformação no campo das neurociências clínicas, impulsionado pela convergência entre avanços farmacológicos, inovação tecnológica e abordagens personalizadas. A predominância de estudos focados na Doença de Alzheimer, AVC, esclerose múltipla, Parkinson e neuropatias reflete a elevada prevalência e o impacto funcional desses distúrbios no contexto global [4,16,21].

As intervenções farmacológicas continuam a ocupar papel central no manejo das doenças neurológicas. No entanto, observa-se uma transição de tratamentos sintomáticos para terapias modificadoras da doença. No caso da Doença de Alzheimer, os recentes avanços com anticorpos monoclonais anti-amiloide e inibidores de tau representam um marco, ainda que acompanhados de desafios quanto à segurança e custo-efetividade [16,17,19]. A crescente utilização de biomarcadores sanguíneos, como NfL e tau fosforilada, demonstra não apenas o progresso diagnóstico, mas também a possibilidade de intervenções terapêuticas mais precoces e dirigidas [11,19,38].

Em esclerose múltipla, os agentes imunomoduladores de nova geração, como ocrelizumabe e siponimode, têm demonstrado eficácia na redução da atividade inflamatória e progressão da incapacidade, permitindo maior individualização terapêutica [3,4]. Esses achados reforçam a importância da medicina de precisão em neurologia, especialmente em doenças crônicas com curso heterogêneo. No Parkinson, a combinação entre tratamento farmacológico, exercício físico estruturado e terapias invasivas, como a estimulação cerebral profunda (DBS), reafirma a necessidade de abordagens multimodais para otimizar a qualidade de vida dos pacientes [5,6].

As terapias genéticas e epigenéticas, embora ainda em fase de consolidação, emergem como uma das frentes mais promissoras para o tratamento de doenças neuromusculares e neurodegenerativas. O uso de oligonucleotídeos antissenso em condições como esclerose lateral amiotrófica (ELA) e atrofia muscular espinhal (AME) já demonstrou efeitos clínicos significativos, com a aprovação de agentes como nusinersena e tofersen [8,36]. Paralelamente, os estudos envolvendo regulação epigenética trazem novas perspectivas para modulação de genes associados a desordens neurológicas [12,37].

Outro ponto de destaque é o avanço das terapias baseadas em tecnologia. A estimulação do nervo vago (VNS), historicamente utilizada em epilepsia refratária, mostra-se eficaz também em outras condições com componente autonômico ou inflamatório [9,39]. O uso do ultrassom focalizado para atravessar a barreira hematoencefálica e liberar fármacos diretamente no sistema nervoso central representa um salto tecnológico com grande aplicabilidade futura [10,40]. Da mesma forma, as interfaces de realidade virtual e dispositivos vestíveis demonstram efetividade crescente na reabilitação de pacientes pós-AVC, promovendo neuroplasticidade e adesão ao tratamento [28–30].

As abordagens não farmacológicas, por sua vez, ganham destaque por seu efeito adjuvante em diversas condições neurológicas. Intervenções como musicoterapia, psicoterapia cognitivo-comportamental e programas de reabilitação física estruturada apresentam impacto mensurável na cognição, funcionalidade e qualidade de vida, especialmente em fases subagudas e crônicas [6,14,15,23,31]. Isso reforça a importância da abordagem interdisciplinar e centrada no paciente.

Apesar dos avanços evidenciados, persistem lacunas importantes. A maioria dos estudos concentra-se em países de alta renda, o que limita a aplicabilidade de determinadas intervenções em contextos com menos recursos. Além disso, muitos ensaios clínicos ainda apresentam amostras pequenas, curta duração ou ausência de desfechos clínicos robustos, o que dificulta a extrapolação para a prática clínica ampla. O desafio da incorporação tecnológica em sistemas de saúde pública também precisa ser considerado, especialmente quando se trata de terapias de alto custo.

Em síntese, os achados desta revisão indicam que o campo da neurologia está cada vez mais orientado para a personalização, integração entre terapias e uso de ferramentas tecnológicas. A consolidação desses avanços depende não apenas de evidências robustas, mas também de políticas de acesso, capacitação profissional e investimento em pesquisa translacional e multicêntrica.

CONCLUSÃO

A presente revisão integrativa com metanálise descritiva demonstrou que as últimas décadas têm sido marcadas por avanços expressivos no tratamento das doenças neurológicas, abrangendo desde a consolidação de terapias farmacológicas de segunda e terceira geração até o surgimento de intervenções genéticas, epigenéticas e tecnológicas altamente inovadoras. Evidências robustas indicam que a personalização das abordagens, aliada à precocidade diagnóstica e à integração de estratégias multidisciplinares, tem promovido melhorias significativas nos desfechos clínicos, funcionais e na qualidade de vida dos pacientes acometidos por condições como Alzheimer, AVC, Parkinson, esclerose múltipla, epilepsia e neuropatias diversas.

Terapias como anticorpos monoclonais para Alzheimer, agentes imunomoduladores seletivos para EM, estimulação cerebral profunda para Parkinson e oligonucleotídeos antissenso para doenças neurodegenerativas raras consolidam um novo paradigma de precisão e especificidade terapêutica. Adicionalmente, o emprego de tecnologias como realidade virtual, ultrassom focalizado, estimulação do nervo vago e musicoterapia reforçam a importância da inovação transdisciplinar no cuidado neurológico contemporâneo.

Entretanto, os desafios relacionados à acessibilidade, sustentabilidade econômica, validação multicêntrica e infraestrutura para implementação permanecem como barreiras críticas para a incorporação efetiva dessas inovações na prática clínica global. Assim, faz-se necessário o fortalecimento de políticas públicas de incentivo à pesquisa translacional, bem como a ampliação de estudos multicêntricos com maior diversidade populacional e tempo de seguimento prolongado.

Conclui-se que o futuro do tratamento neurológico caminha para uma abordagem mais integrada, centrada no paciente, baseada em evidências reais e amparada por soluções tecnológicas avançadas. Esta revisão oferece uma síntese atualizada e crítica das tendências mais relevantes da neurologia moderna, servindo como subsídio estratégico para profissionais da saúde, gestores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas.

REFERÊNCIAS

  1. Finnerup NB, Kuner R, Jensen TS. Neuropathic pain: from mechanisms to treatment. Lancet Neurol. 2015;14(2):162–73.
  2. Baron R, Binder A, Wasner G. Neuropathic pain: diagnosis, pathophysiological mechanisms, and treatment. Lancet Neurol. 2025;24(3):310–25.
  3. Hauser SL, Cree BAC. Treatment of multiple sclerosis: a review. Am J Med. 2025;138(1):48–60.
  4. Wallin MT, Culpepper WJ, Nichols E, et al. Global, regional, and national burden of multiple sclerosis. Lancet Neurol. 2023;22(2):123–35.
  5. Oertel WH, Schulz JB. Current and experimental treatments of Parkinson disease. Nat Rev Neurol. 2025;21(4):210–22.
  6. Ahlskog JE. Parkinson’s disease treatment: the role of exercise. Nat Rev Neurol. 2025;19(2):75–87.
  7. Lindvall O, Kokaia Z. Stem cell therapy for neurological disorders: therapeutic promise and clinical challenges. Nat Rev Neurol. 2024;20(3):133–45.
  8. Miller TM, Cudkowicz ME. Antisense oligonucleotide therapy for neurodegenerative disease. Science. 2023;379(6628):34–40.
  9. Heck C, King-Stephens D, Massey AD, et al. Vagus nerve stimulation therapy for the treatment of epilepsy. Epilepsy Behav. 2025;112:107–17.
  10. Meng Y, Hynynen K, Lipsman N. Applications of focused ultrasound in the brain: from thermoablation to drug delivery. Nat Rev Neurol. 2023;19(1):9–22.
  11. Zetterberg H, Blennow K. Fluid biomarkers for Alzheimer’s disease: current concepts. Nat Rev Neurol. 2025;21(1):9–21.
  12. Qureshi IA, Mehler MF. Epigenetics of neurodegenerative diseases. Prog Mol Biol Transl Sci. 2025;173:479–508.
  13. Gilron I, Baron R, Jensen T. Pharmacological management of chronic neuropathic pain. Lancet Neurol. 2025;24(5):420–32.
  14. Livingston G, Huntley J, Sommerlad A, et al. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report. Lancet. 2020;396(10248):413–46.
  15. Reuber M. Psychogenic nonepileptic seizures: answers and questions. Epilepsy Behav. 2023;130:107–13.
  16. Cummings J, Lee G, Ritter A, et al. Alzheimer’s disease drug development pipeline: 2025. Alzheimers Dement. 2025;11(1):310–27.
  17. Yiannopoulou KG, Papageorgiou SG. Current and future treatments for Alzheimer’s disease. Ther Adv Neurol Disord. 2025;18:17562864221102020.
  18. Tariot PN, Farlow MR, Grossberg GT, et al. Memantine treatment in mild to moderate Alzheimer disease. Neurology. 2016;66(1):69–77.
  19. Hampel H, O’Bryant SE, Molinuevo JL, et al. Blood-based biomarkers for Alzheimer disease. Nat Rev Neurol. 2025;21(2):65–79.
  20. Ballard C, Gauthier S, Corbett A, et al. Alzheimer’s disease. Lancet. 2016;388(10043):505–17.
  21. Goyal M, Menon BK, van Zwam WH, et al. Endovascular thrombectomy after large-vessel ischaemic stroke. N Engl J Med. 2025;372(11):1019–30.
  22. Saver JL, Goyal M, van der Lugt A, et al. Time to treatment with endovascular thrombectomy and outcomes. JAMA. 2025;316(12):1279–88.
  23. Winstein CJ, Stein J, Arena R, et al. Guidelines for adult stroke rehabilitation and recovery. Stroke. 2023;47(6):e98–e169.
  24. Adeoye O, Nyström KV, Yavagal DR, et al. Evolution of stroke systems of care with endovascular thrombectomy. Stroke. 2023;50(2):291–7.
  25. Saver JL, Albers GW. Clinical trials in stroke: past, present, and future. Stroke. 2020;51(4):1071–8.
  26. Kumar A, Goyal M, Menon BK. Post-stroke pain: mechanisms and treatment. Lancet Neurol. 2021;20(3):215–25.
  27. Wang W, Xu H, Zhang H, et al. Hydrogel-based delivery systems for brain injury repair. Adv Drug Deliv Rev. 2025;180:114018.
  28. Yoo SH, Lee JE, Cho BH, et al. Wearable vibrotactile glove in post-stroke rehabilitation. IEEE Trans Neural Syst Rehabil Eng. 2020;28(6):1367–74.
  29. Matamala-Gomez M, et al. Virtual reality for post-stroke rehabilitation: a systematic review. J Neuroeng Rehabil. 2025;18(1):24.
  30. Laver KE, Lange B, George S, et al. Virtual reality for stroke rehabilitation. Cochrane Database Syst Rev. 2024;5:CD008349.
  31. Scholz DS, et al. Music-supported therapy in neurorehabilitation. Ann N Y Acad Sci. 2020;1464(1):14–25.
  32. Gilron I, Jensen TS, Dickenson AH. Emerging pharmacologic therapies for neuropathic pain. Pain. 2015;156(1):S24–31.
  33. Attal N, Cruccu G, Baron R, et al. EFNS guidelines on the pharmacological treatment of neuropathic pain. Eur J Neurol. 2025;22(9):1150–68.
  34. Reuber M, Rawlings GH. Treatment approaches in psychogenic nonepileptic seizures. Epilepsy Behav Rep. 2023;21:100504.
  35. Lindvall O, Kokaia Z. Cell therapy in neurological disorders. Nat Rev Neurol. 2024;20(3):133–45.
  36. Bennett CF, Krainer AR, Cleveland DW. Antisense drugs make sense for neurological diseases. Science. 2023;379(6628):29–32.
  37. Qureshi IA, Mehler MF. Emerging role of epigenetics in CNS disorders. Prog Mol Biol Transl Sci. 2025;173:479–508.
  38. Zetterberg H, Blennow K. Blood and CSF biomarkers for neurological disorders. Nat Rev Neurol. 2025;21(1):9–21.
  39. DeGiorgio CM, Schachter SC, Handforth A, et al. VNS therapy in epilepsy: an overview. Epilepsy Res. 2025;158:106255.
  40. Meng Y, Lipsman N, et al. Focused ultrasound for brain drug delivery. Nat Rev Neurol. 2023;19(1):9–22.
Fale com a gente