Artigo Científico

TERAPIAS PERSONALIZADAS NO TRATAMENTO DO CÂNCER: AVANÇOS E PERSPECTIVAS FUTURAS Volume 5. Número 1. 2025 e-ISSN 2764-4006 DOI 1055703 
TERAPIAS PERSONALIZADAS NO TRATAMENTO DO CÂNCER: AVANÇOS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Personalized Therapies in Cancer Treatment: Advances and Future Perspectives

Isla Costa Silva1, Alexandre Paes de Oliveira2, Gabrielle Lucente3, Laysla Tuayar Guerra4, Luciano Cesar Silva dos Santos5, Renato Costa Sousa6, Ricardo Desidério Jesuino7, Sheyla Fraga Ferreira8


Endereço correspondente: isla_costasilva@hotmail.com

Publicação: 28/02/2025

DOI: 10.55703/27644006050109

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RESUMO

Introdução: As terapias personalizadas revolucionaram o tratamento do câncer, permitindo abordagens mais eficazes e direcionadas, baseadas na caracterização molecular dos tumores. A oncologia de precisão utiliza biomarcadores tumorais, perfis genéticos e inteligência artificial para otimizar estratégias terapêuticas, minimizando efeitos adversos e maximizando a resposta ao tratamento. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo revisar os avanços mais recentes nas terapias personalizadas para o câncer, destacando suas aplicações, benefícios, desafios e perspectivas futuras. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura em bases científicas reconhecidas, incluindo PubMed, ScienceDirect e arXiv. Foram selecionados artigos publicados entre 2015 e 2024 que abordassem terapias personalizadas na oncologia. A análise dos estudos focou nos principais avanços das terapias-alvo molecular, imunoterapia personalizada, terapia gênica, nanomedicina e inteligência artificial aplicada ao câncer. Resultados: Os estudos analisados indicam que as terapias-alvo molecular são eficazes em tumores que expressam mutações específicas, enquanto a imunoterapia personalizada tem demonstrado sucesso no tratamento de leucemias, linfomas e melanomas. A terapia gênica surge como uma alternativa promissora para corrigir mutações tumorais, e a nanomedicina tem sido aplicada para aprimorar a entrega seletiva de fármacos. A inteligência artificial, por sua vez, tem sido integrada à oncologia de precisão para prever respostas terapêuticas e otimizar tratamentos. No entanto, desafios como altos custos, resistência tumoral e necessidade de regulamentação ainda limitam a aplicação dessas abordagens em larga escala. Conclusão: A oncologia personalizada representa um avanço significativo na luta contra o câncer, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos. Apesar das barreiras existentes, a integração contínua entre biotecnologia, inteligência artificial e medicina personalizada tem o potencial de consolidar essas abordagens como o novo padrão terapêutico na oncologia.

Palavras-chave: Terapias personalizadas; Oncologia de precisão; Imunoterapia; Terapia gênica; Nanomedicina; Inteligência artificial na oncologia.

ABSTRACT

Introduction: Personalized therapies have revolutionized cancer treatment, enabling more effective and targeted approaches based on molecular tumor characterization. Precision oncology utilizes tumor biomarkers, genetic profiling, and artificial intelligence to optimize therapeutic strategies, minimizing adverse effects and maximizing treatment response. Objective: This study aimed to review the latest advancements in personalized cancer therapies, highlighting their applications, benefits, challenges, and future perspectives. Methods: An integrative literature review was conducted using recognized scientific databases, including PubMed, ScienceDirect, and arXiv. Articles published between 2015 and 2024 that addressed personalized therapies in oncology were selected. The study analysis focused on the latest developments in targeted molecular therapies, personalized immunotherapy, gene therapy, nanomedicine, and artificial intelligence applied to cancer treatment. Results: The analyzed studies indicate that targeted molecular therapies are effective in tumors expressing specific mutations, while personalized immunotherapy has shown success in treating leukemia, lymphoma, and melanoma. Gene therapy emerges as a promising alternative for correcting tumor-related mutations, and nanomedicine has been applied to enhance the selective delivery of drugs. Artificial intelligence has been integrated into precision oncology to predict therapeutic responses and optimize treatment strategies. However, challenges such as high costs, tumor resistance, and regulatory requirements still limit the large-scale application of these approaches. Conclusion: Personalized oncology represents a significant breakthrough in the fight against cancer, offering more effective and less invasive treatments. Despite existing barriers, the ongoing integration of biotechnology, artificial intelligence, and personalized medicine has the potential to establish these approaches as the new therapeutic standard in oncology.

Keywords: Personalized therapies; Precision oncology; Immunotherapy; Gene therapy; Nanomedicine; Artificial intelligence in oncology.

INTRODUÇÃO

O câncer é uma das principais causas de mortalidade global e um grande desafio para os sistemas de saúde devido à sua heterogeneidade biológica e à resistência a tratamentos convencionais (1,2). Durante décadas, as principais abordagens terapêuticas para o câncer incluíam quimioterapia, radioterapia e cirurgia, estratégias que, embora tenham melhorado a sobrevida de pacientes, frequentemente apresentam altos índices de toxicidade e efeitos adversos severos (3,4). A incapacidade desses métodos de diferenciar células saudáveis de células tumorais leva a danos colaterais significativos, além da possibilidade de recidivas e desenvolvimento de resistência tumoral (5,6).

Com os avanços nas ciências biomédicas, a oncologia de precisão emergiu como uma alternativa promissora, baseada na caracterização molecular do tumor para definir abordagens terapêuticas personalizadas (7,8). Esse novo paradigma no tratamento do câncer utiliza dados genômicos, epigenéticos, transcriptômicos e proteômicos para prever a resposta individualizada do paciente aos diferentes tratamentos (9,10). As principais estratégias terapêuticas dentro desse conceito incluem:

  • Terapias-alvo molecular, como inibidores de tirosina quinase e anticorpos monoclonais, direcionados a biomarcadores específicos do tumor (11,12).
  • Imunoterapia personalizada, que explora o sistema imunológico do paciente para atacar células tumorais, incluindo CAR-T cells e inibidores de checkpoint imunológico (13,14).
  • Terapia gênica e edição genética, utilizando tecnologias como CRISPR-Cas9 para modificar genes relacionados ao desenvolvimento tumoral (15,16).
  • Nanomedicina aplicada à oncologia, com o uso de nanopartículas para melhorar a entrega seletiva de fármacos no microambiente tumoral (17,18).

Ainda, o avanço da inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina tem permitido o desenvolvimento de modelos preditivos para personalizar terapias oncológicas (8,9). Modelos computacionais baseados em IA são utilizados para analisar dados multiômicos, prever a progressão tumoral e otimizar esquemas terapêuticos (10,12).

Entretanto, apesar dos avanços promissores, a oncologia personalizada ainda enfrenta desafios importantes, como altos custos, acesso limitado a testes genéticos, regulamentação de novas terapias e variabilidade genética interindividual (14,16).

Diante desse cenário, esta revisão tem como objetivo analisar os avanços mais recentes nas terapias personalizadas para o tratamento do câncer, destacando as principais abordagens, desafios clínicos e perspectivas futuras.

METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo objetivo é identificar e analisar os avanços recentes nas terapias personalizadas para o tratamento do câncer. Para a realização desta revisão, foram seguidas diretrizes metodológicas rigorosas para garantir a seleção de artigos relevantes e de alta qualidade científica.

A busca pelos artigos foi realizada em bases de dados reconhecidas pela comunidade acadêmica, incluindo PubMed, ScienceDirect, Nature, The Lancet, New England Journal of Medicine (NEJM) e arXiv. Foram utilizados descritores específicos em português e inglês, como “terapias personalizadas no câncer”, “oncologia de precisão”, “imunoterapia personalizada”, “biomarcadores tumorais”, “nanomedicina oncológica” e “terapia gênica no câncer”, combinados com operadores booleanos (AND, OR) para refinar os resultados.

Foram incluídos artigos publicados no período de 2015 a 2024, com foco em estudos que abordassem novas abordagens terapêuticas, mecanismos de ação e desafios clínicos na oncologia personalizada. Os critérios de inclusão envolveram estudos revisados por pares, ensaios clínicos, revisões sistemáticas e metanálises que discutissem o impacto da personalização terapêutica na resposta ao tratamento e prognóstico de pacientes com câncer. Excluíram-se estudos experimentais preliminares sem validação clínica, relatos de casos isolados e artigos sem disponibilidade do texto completo.

A seleção dos artigos ocorreu em três etapas. Inicialmente, foram identificados os artigos a partir dos descritores definidos. Em seguida, realizou-se uma leitura dos títulos e resumos para exclusão de estudos irrelevantes ao escopo da pesquisa. Por fim, os artigos restantes foram analisados na íntegra, com foco na extração de informações sobre os tipos de terapia personalizada abordados, eficácia clínica, limitações e perspectivas futuras.

A análise dos dados foi realizada de maneira qualitativa, sintetizando as principais evidências apresentadas nos estudos selecionados. As informações foram organizadas conforme os principais eixos temáticos identificados na literatura, permitindo a construção de um panorama detalhado sobre o atual estágio das terapias personalizadas em oncologia.

RESULTADOS

A revisão da literatura realizada permitiu identificar os principais avanços nas terapias personalizadas para o tratamento do câncer, destacando estratégias terapêuticas inovadoras, seus mecanismos de ação e desafios associados à sua implementação clínica. Os estudos analisados enfatizam a crescente personalização das abordagens terapêuticas na oncologia, baseada na caracterização molecular dos tumores e no desenvolvimento de terapias direcionadas que maximizam a eficácia e minimizam efeitos adversos.

Entre as principais estratégias identificadas, destacam-se as terapias-alvo molecular, a imunoterapia personalizada, a terapia gênica, a nanomedicina oncológica e a aplicação de inteligência artificial na oncologia de precisão. Essas abordagens, fundamentadas em biomarcadores tumorais específicos e no perfil genético dos pacientes, demonstraram potencial significativo na melhoria da resposta terapêutica e na redução da toxicidade dos tratamentos convencionais.

A Tabela 1 apresenta um resumo das principais estratégias de terapias personalizadas no câncer, destacando seu mecanismo de ação e suas principais aplicações clínicas.

Tabela 1: Principais Estratégias de Terapias Personalizadas no Câncer

Estratégia Terapêutica Mecanismo de Ação Principais Aplicações
Terapias-alvo molecular Inibição de proteínas específicas envolvidas no crescimento tumoral (6) Câncer de pulmão, mama e colorretal (6)
Imunoterapia personalizada Estimulação do sistema imunológico para reconhecimento e destruição de células tumorais (7) Leucemias, melanoma, câncer de pulmão (7)
Terapia gênica Modificação genética para corrigir mutações associadas ao câncer (8) Câncer hereditário e tumores resistentes (8)
Nanomedicina oncológica Uso de nanopartículas para entrega precisa de fármacos ao microambiente tumoral (9) Câncer de pâncreas, mama e próstata (9)
Inteligência Artificial em oncologia Análise de dados multiômicos para personalizar tratamentos e prever resposta tumoral (10) Aprimoramento da oncologia de precisão e otimização de tratamentos (10)

Os avanços na imunoterapia personalizada, como a utilização de células CAR-T e inibidores de checkpoint imunológico, trouxeram uma nova perspectiva no tratamento do câncer, especialmente em leucemias e linfomas. Ensaios clínicos recentes demonstraram taxas de remissão duradouras em pacientes que anteriormente não respondiam a terapias convencionais. Da mesma forma, as terapias-alvo molecular têm se mostrado altamente eficazes em tumores que expressam mutações específicas, como EGFR em câncer de pulmão e HER2 em câncer de mama.

Ainda, a nanomedicina oncológica tem sido explorada como alternativa para aumentar a especificidade dos tratamentos, reduzindo os efeitos adversos e melhorando a entrega de fármacos diretamente ao microambiente tumoral. Estudos indicam que nanopartículas funcionalizadas podem atravessar barreiras biológicas e otimizar a absorção de quimioterápicos, especialmente em tumores de difícil acesso.

Apesar dos avanços promissores, a revisão da literatura também identificou desafios significativos para a implementação dessas terapias personalizadas em larga escala. O alto custo dos tratamentos, a acessibilidade limitada a testes genéticos, a evolução da resistência tumoral e a necessidade de validação clínica para novas abordagens ainda representam barreiras para a adoção generalizada dessas tecnologias. A Tabela 2 sintetiza os principais desafios enfrentados na oncologia personalizada e as perspectivas futuras para sua superação.

Tabela 2: Desafios e Perspectivas das Terapias Personalizadas no Câncer

Desafio Atual Perspectiva Futura
Custo elevado dos tratamentos (11) Desenvolvimento de abordagens mais acessíveis e políticas de reembolso (11)
Acessibilidade limitada a testes genéticos (12) Expansão do acesso a plataformas de sequenciamento genômico (12)
Evolução da resistência tumoral (13) Pesquisa contínua para contornar mecanismos de resistência (13)
Regulamentação e aprovação de novas terapias (14) Criação de diretrizes globais para aprovação rápida de terapias inovadoras (14)
Necessidade de validação clínica para novas abordagens (15) Maior integração entre pesquisa clínica e inteligência artificial para otimização de tratamentos (15)

A análise dos estudos evidencia que, apesar das barreiras atuais, as terapias personalizadas representam o futuro da oncologia, possibilitando um tratamento mais eficaz e individualizado para pacientes oncológicos. A integração da inteligência artificial e da biotecnologia no desenvolvimento dessas terapias tem potencial para revolucionar a maneira como o câncer é diagnosticado e tratado, tornando a medicina de precisão cada vez mais acessível e eficaz.

DISCUSSÃO

Os avanços nas terapias personalizadas no tratamento do câncer representam uma mudança paradigmática na oncologia, permitindo abordagens terapêuticas mais eficazes e direcionadas. A partir da análise dos estudos selecionados, verificou-se que a caracterização molecular do tumor e a utilização de biomarcadores específicos são fundamentais para a personalização das estratégias terapêuticas (6,7). As terapias-alvo molecular, a imunoterapia personalizada e a nanomedicina emergem como opções viáveis para diferentes tipos de câncer, proporcionando respostas mais duradouras e com menor toxicidade em comparação às abordagens convencionais (8,9).

As terapias-alvo molecular vêm demonstrando eficácia significativa em tumores que apresentam mutações genéticas específicas, como o câncer de pulmão com mutações em EGFR e o câncer de mama HER2-positivo (10,11). A introdução de inibidores de tirosina quinase e anticorpos monoclonais proporcionou uma alternativa terapêutica com menor impacto nos tecidos saudáveis, reduzindo os efeitos colaterais associados à quimioterapia tradicional (12). No entanto, a resistência adquirida às terapias-alvo continua sendo um desafio crítico, tornando essencial o monitoramento contínuo e a adaptação das estratégias terapêuticas (13).

A imunoterapia personalizada revolucionou o tratamento de diversos tipos de câncer, particularmente leucemias, linfomas e melanoma. As células CAR-T, por exemplo, mostraram respostas expressivas em pacientes refratários a outros tratamentos, promovendo a remissão completa em um número significativo de casos (14,15). Além disso, os inibidores de checkpoint imunológico, como os anticorpos anti-PD-1 e anti-CTLA-4, ampliaram as opções terapêuticas ao potencializar a resposta imune contra células tumorais (16). Entretanto, um dos desafios dessa abordagem é a resposta variável entre os pacientes, além da ocorrência de efeitos adversos autoimunes, que requerem um acompanhamento rigoroso (17).

A terapia gênica e a edição genética, com destaque para a tecnologia CRISPR-Cas9, oferecem novas possibilidades para corrigir mutações específicas e tornar as células tumorais mais vulneráveis ao tratamento (8,9). Ensaios clínicos preliminares têm demonstrado sucesso na modificação de genes associados à proliferação tumoral, proporcionando novas esperanças para o tratamento de tumores resistentes. No entanto, a complexidade ética e regulatória dessas técnicas ainda representa um obstáculo à sua ampla implementação clínica (10).

A aplicação da nanomedicina oncológica vem se consolidando como uma estratégia inovadora para otimizar a entrega de fármacos diretamente ao microambiente tumoral (11,12). O uso de nanopartículas permite a liberação controlada e seletiva de agentes quimioterápicos, reduzindo a toxicidade sistêmica e aumentando a eficácia terapêutica (13). Estudos recentes demonstraram que nanopartículas funcionalizadas podem atravessar barreiras biológicas e atingir células tumorais de maneira mais eficiente, melhorando significativamente a resposta ao tratamento (14).

Outro avanço relevante é o uso da inteligência artificial (IA) na oncologia de precisão, permitindo a análise de dados multiômicos e a personalização das abordagens terapêuticas (15,16). Algoritmos de aprendizado de máquina têm sido utilizados para prever a resposta tumoral a diferentes terapias, facilitando a escolha do tratamento ideal para cada paciente (17). Essa integração entre IA e medicina personalizada tem o potencial de otimizar o tempo de diagnóstico e ampliar as possibilidades terapêuticas, tornando o tratamento do câncer mais eficiente e acessível (18).

Apesar dos avanços promissores, ainda existem desafios a serem superados para que as terapias personalizadas se tornem amplamente acessíveis. O alto custo desses tratamentos, a necessidade de infraestrutura especializada para a realização de testes genéticos e a regulamentação rigorosa de novas abordagens terapêuticas representam barreiras que limitam sua implementação em larga escala (6,9,12). Além disso, a heterogeneidade tumoral continua sendo um obstáculo significativo, tornando necessário o desenvolvimento de estratégias mais dinâmicas e adaptáveis para o manejo da doença (13,15).

A literatura revisada demonstra que a oncologia de precisão está em constante evolução, proporcionando novas perspectivas para o tratamento do câncer. O desenvolvimento contínuo de ensaios clínicos, a integração de tecnologias emergentes e a busca por terapias cada vez mais direcionadas são fundamentais para consolidar essas abordagens no cenário clínico. A transição de um modelo terapêutico generalizado para uma abordagem mais individualizada representa um passo crucial na busca por tratamentos mais eficazes e menos invasivos para os pacientes oncológicos (16,18).

CONCLUSÃO

Os avanços nas terapias personalizadas no tratamento do câncer representam um marco na oncologia moderna, oferecendo abordagens terapêuticas mais eficazes, direcionadas e com menores efeitos adversos. A partir da revisão da literatura realizada, observou-se que a oncologia de precisão tem se consolidado por meio de estratégias inovadoras, incluindo terapias-alvo molecular, imunoterapia personalizada, terapia gênica, nanomedicina e inteligência artificial aplicada ao tratamento oncológico. Essas abordagens permitiram melhorias significativas nos desfechos clínicos de pacientes, reduzindo a toxicidade dos tratamentos convencionais e aumentando as taxas de resposta e sobrevida (6,7,8,9).

Os estudos revisados demonstram que as terapias-alvo molecular revolucionaram o tratamento de diversos tipos de câncer, proporcionando alternativas eficazes para tumores que apresentam mutações específicas (10,11). Da mesma forma, a imunoterapia personalizada, especialmente com o uso de CAR-T cells e inibidores de checkpoint imunológico, demonstrou impactos positivos no tratamento de neoplasias hematológicas e tumores sólidos (12,13). A nanomedicina oncológica também tem se mostrado promissora ao permitir a entrega seletiva de fármacos, melhorando a eficácia terapêutica e reduzindo efeitos colaterais (14,15).

Apesar dos avanços, ainda há desafios significativos a serem superados. O alto custo das terapias personalizadas continua sendo um dos principais obstáculos para sua implementação em larga escala, tornando necessário o desenvolvimento de políticas públicas e iniciativas que ampliem o acesso a essas tecnologias (16,17). Além disso, a resistência tumoral e a heterogeneidade biológica permanecem como desafios críticos, exigindo estratégias terapêuticas mais dinâmicas e adaptáveis (18).

Diante desse cenário, fica evidente que a integração entre biotecnologia, inteligência artificial e medicina personalizada continuará moldando o futuro da oncologia. A personalização dos tratamentos, baseada no perfil molecular de cada paciente, representa um avanço significativo na luta contra o câncer, possibilitando terapias mais eficazes, menos invasivas e com melhores prognósticos. O contínuo desenvolvimento de pesquisas e ensaios clínicos será fundamental para superar as barreiras existentes e consolidar a oncologia de precisão como o novo padrão de tratamento oncológico.

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